Desde que o cientista Glenn Doman iniciou a jornada de como ensinar os bebes a lerem, se iniciram no mundo todo, em vários países, educadores e cientistas testaram a fundo de várias formas o método Glenn Doman, sempre se chegando a várias conclusões, mas em quase sua totalidade são a favor da técnica, com algumas ressalvas.
De fato se prova no mundo inteiro, não sendo difícil encontrar na internet, bebes do mundo inteiro, em diferentes situações e falando em várias línguas diferentes, bebes realmente sendo capazes de ler várias palavras, frases e sentenças, o que nos leva a comprovar que a teria do Glenn Doman, no sentido de se aproveitar ao máximo a plasticidade cerebral da criança para extrairmos o máximo dele em casa fase de seu desenvolvimento.
Desde a primeira edição, lançada em 1964, o livro de Glenn Doman já foi traduzido para mais de 18 idiomas e ultrapassou a marca de 4 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Ao longo dos anos, essa obra tem orientado pais de diversos países a ensinar seus filhos em casa, oferecendo-lhes o valor presente da alfabetização. Com o passar do tempo, novas edições foram publicadas, incorporando os depoimentos e as lições aprendidas por centenas de milhares de países que compartilharam suas experiências e conquistas. Portanto, saiba que você não fica sozinho ou sozinho nessa jornada!
Mas afinal, por que devemos ensinar bebês e crianças pequenas a ler? Glenn Doman escreveu este livro com o objetivo de apresentar aos pais e mães sua ideia inovadora: bebês e crianças têm uma inteligência extraordinária, e não honram seus anos mais importantes sem estimulá-los a aprender. E quem seria mais indicado para ensinar uma criança a ler do que os próprios pais? Além da mãe e do pai, outros familiares ou pessoas próximas à criança, mesmo que não sejam parentes, podem desempenhar esse papel.
Ensinar um bebê ou uma criança pequena a ler é muito mais fácil do que imaginamos, e quanto mais cedo começarmos, mais simples será o processo, além dos imensos benefícios que isso traz para o desenvolvimento da criança. Quando mencionamos bebês, também nos referimos a crianças com deficiências, como as que possuem autismo, síndromes ou doenças raras.
Com uma vasta bibliografia, Glenn Doman dedicou sua vida ao estudo do desenvolvimento humano, trazendo contribuições essenciais para esse campo. No entanto, seu trabalho vai além de ensinar a leitura; ele também desenvolveu métodos para ensinar matemática, conhecimentos gerais, promover o desenvolvimento físico, e até ensinar a nadar, entre outros tópicos. Sua expertise comprova que, sim, é possível ensinar um bebê a ler.
Mas como ensinar um bebê a ler? O processo deve ser repleto de alegria, diversão e prazer tanto para a mãe quanto para a criança. Posso afirmar isso com confiança, pois apliquei o método com meus dois filhos, um neurotípico e um autista, e em ambos os casos os resultados foram incríveis. Mas por que foi tão especial? Porque fez toda a diferença na vida deles, proporcionando a oportunidade de desenvolver ao máximo seu potencial humano, um presente que ninguém poderá oferecer.
Minha história com o programa de leitura Para meu filho neurotípico, que começou a ler aos 2 anos, a fluência na leitura trouxe não apenas entendimento do mundo ao seu redor, mas também uma facilidade imensa em considerar símbolos, palavras e frases. Ele nunca comprometeu dificuldades na escola, afinal, quem tem mais problemas? Quem sabe ler ou quem não sabe?
Já para meu filho autista, a leitura foi um divisor de águas. Ela trouxe a fala, maior compreensão do ambiente ao seu redor, das regras sociais, e até a habilidade de se orientar através dos nomes de ruas, praças, cidades. Contudo, como este não é o foco deste texto, compartilhei mais sobre isso em outra oportunidade.
Para começar, alguns pontos fundamentais devem ser coletados: As crianças aprendem muito rápido, por isso, antes de iniciar o processo, tenha um estoque de, no mínimo, 200 palavras prontas. A velocidade de aprendizagem do seu filho certamente será muito maior do que a sua capacidade de produzir o material necessário.
Quanto mais nova para a criança, maiores devem ser as letras. Para bebês próximos de um ano de idade, cada cartão deve ter 60 cm de comprimento e 10 cm de altura, com as palavras escritas em vermelho e letras de 7 cm de altura. Escreva sempre em letras minúsculas, utilizando as autoridades apenas na inicial dos nomes próprios. Dessa forma, as palavras não terão formato em que a criança veja nossos livros.
Inicie o processo o quanto antes, pois quanto mais jovem a criança, mais rápido ela aprende. As sessões de ensino devem ocorrer quando você e a criança estiverem bem satisfeitos, alimentados e descansados. Caso alguém fique indisposto, interrompa e retome o programa quando ambos estiverem bem novamente. Pare
Por exemplo, ao ensinar os núcleos, você pode formar pares como “morango vermelho”, “abóbora amarela” ou “uva roxa”, além de outras combinações como “casa azul”, “flor rosa” e “carro verde”.
As etapas seguintes são mais complexas e serão abordadas em outra publicação.
Para organizar o material, separe as palavras em categorias, o que ajudará tanto na estruturação do conteúdo quanto no desenvolvimento do raciocínio lógico da criança. Em cada sessão, apresenta cinco palavras de uma mesma categoria, com cada palavra sendo exibida por um segundo no máximo, e repita o processo três vezes ao dia.
A partir do sexto dia, comece a substituir as palavras antigas por novas dentro de cada conjunto de palavras, garantindo que o aprendizado continue sonoro.
A condição de pessoa com necessidades especiais representa um desafio histórico para o campo da educação. Os métodos empregados para lidar com as deficiências físicas e mentais foram dos mais variados ao longo dos séculos. O que se pode chamar de educação especial demorou a surgir: segundo Bianchetti (1995), nos tempos pré-históricos os indivíduos que não conseguissem se adaptar às atividades de coleta e caça eram simplesmente deixados de lado por sua comunidade. Já na Esparta grega, ocorria “uma eugenia radical, na fonte” (p. 9): caso o recém-nascido apresentasse qualquer tipo de deficiência, era imediatamente sacrificado.
Mesmo após o advento das ciências, permaneceram visões pessimistas e fatalistas sobre a situação de pessoas com necessidades especiais, que passaram a ser segregadas. Para cientistas como Pinel e Foderé, elas eram acometidas por males inatistas para os quais havia pouca ou nenhuma esperança de melhora (BIANCHETTI, 1995; PESSOTTI, 1984).
É possível falar em educação especial propriamente dita apenas mais tarde. No início do século XIX, o atendimento fundamentava-se na perspectiva da “medicina moral”, segundo a qual o indivíduo deficiente poderia aprender por meio de redução da punição e consecução de um programa de educação comportamental de alteração de rotinas e experiências que visasse à instalação de hábitos para compensar seu problema (FERREIRA, 1995).
A descrição do tratamento do selvagem de Aveyron por Jean Itard constitui exemplo notável dessa maneira de conceber a educação especial, antecipando noções e técnicas de tratamento que seriam consideradas muito avançadas mesmo há poucas décadas (PESSOTTI, 1984). No entanto, o campo da educação especial regrediu no final do século XIX, pautando-se pela institucionalização e baseando-se no movimento eugênico (FERREIRA, 1995).
Felizmente, esse modelo também foi deixado de lado, e nos dias de hoje já existem outros olhares para entender a deficiência e a excepcionalidade, contextualizando-as na rede de significações do meio social em que se encontra o deficiente (OMOTE, 1993). É importante apontar, contudo, que não há consenso acerca da visão que deve ser adotada a respeito da deficiência física ou mental, ou dos métodos mais adequados para educar os portadores de deficiências, de modo a garantir o maior aproveitamento possível de seu potencial e propiciar-lhes boa inserção na sociedade.
É preciso que haja um movimento constante de análise e avaliação de métodos e concepções direcionados ao campo da educação especial, para que possa ser assegurado que as práticas nessa área sejam válidas e embasadas por um corpo de conhecimentos coerente e centrado no empirismo.
Nesse sentido, o presente texto pretende apresentar as características gerais, contribuições e limitações de um método específico de tratamento adotado em contextos voltados para a educação especial, tanto em nível nacional quanto internacional: o método Doman-Delacato (DOMAN, 1980; VERAS, 1989). A partir das considerações tecidas, são feitos comentários acerca da validade dessa abordagem, ampliando o escopo da discussão para o uso de práticas controversas em educação especial, abordando as relações entre ciência e intervenções profissionais, o método Doman-Delacato (cujo nome é devido a seus dois principais teóricos, Glenn Doman e Carl Delacato) foi elaborado no decorrer dos anos 50 e 60 nos Estados Unidos, pela equipe do Institute for the Achievement of Human Potential (Instituto para o Desenvolvimento do Potencial Humano), localizado na Filadélfia.
No Brasil, o Instituto atua por meio do Centro de Reabilitação Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro, fundado em 1959. Há ainda diversas instituições que aplicam os métodos do Instituto ou similares na Dinamarca, na Itália, no Japão, no México e na Espanha, entre outros. O método Doman-Delacato está voltado principalmente para a educação de crianças com lesão cerebral. Crianças, porque considera-se que elas possuem maior plasticidade cerebral e, portanto, um melhor prognóstico em relação a melhoras que indivíduos com idade mais avançada.
Quanto ao fato de o método voltar-se apenas para a lesão cerebral, é importante esclarecer que, para o Instituto, lesão cerebral é um diagnóstico amplo que engloba uma grande variedade de casos que comumente são considerados como de deficiência física ou mental.
De acordo com o Instituto, são lesões cerebrais as seguintes condições: paralisados cerebrais, crianças com necessidades especiais, autistas, disléxicos e crianças com síndrome de Down, entre outros. Dessa maneira, na medida em que o método Doman-Delacato busca possibilitar às crianças com deficiências superar suas dificuldades, é pertinente compreendê-lo como um método voltado para a educação especial (DOMAN, 1980).
O marco teórico desse modelo de intervenção em educação especial está centrado no princípio da organização neurológica (LEWINN, 1969). De acordo com esse princípio, para que se possam instalar os processos comportamentais superiores que caracterizam indivíduos sadios, torna-se necessário que a criança passe com sucesso por etapas iniciais de desenvolvimento regidas por porções primitivas do cérebro humano: num primeiro momento, o bulbo raquiano e medula espinhal, posteriormente, a ponte cerebral, o mesencéfalo e partes distintas do córtex cerebral, até que o córtex requintado seja ativado e as diversas capacidades e habilidades individuais possam manifestar-se em níveis avançados.
Essa convicção de que o desenvolvimento do indivíduo humano recapitula o desenvolvimento da espécie (ontogênese recapitula a filogênese) é um dos pilares da perspectiva de Doman e Delacato. A lesão cerebral, nessa perspectiva, age obstruindo vias sensoriais ou motoras, cessando o desenvolvimento da criança no que tange às funções prejudicadas pela lesão, e assim impedindo o surgimento pleno de funções superiores, intelectuais ou motoras (dependendo do tipo da lesão) (DOMAN, 1980).
No entanto, se for realizada uma intervenção que possibilite algum tipo de reorganização de caráter neurológico, o processo de desenvolvimento pode retomar seus rumos e eventualmente o indivíduo com cérebro lesado apresentará melhora significativa em sua condição, podendo inclusive atingir a normalidade. Para efetuar o diagnóstico de crianças ditas com lesão cerebral foi criado o Perfil de Desenvolvimento, uma grade que relaciona sete estágios neurológicos pelos quais passa o desenvolvimento humano – diferenciados quanto às partes do sistema nervoso que controlam predominantemente as funções humanas em cada estágio – com a expressão de seis capacidades consideradas chaves.
Três dessas capacidades constituiriam as capacidades sensoriais humanas (capacidade visual, capacidade auditiva, capacidade tátil) e, as outras três, as capacidades motoras (mobilidade, linguagem e capacidade manual). Ler, compreender, sentir, andar, falar e escrever, segundo a perspectiva de Doman e Delacato, são estágios avançados dessas seis capacidades humanas.
Os profissionais que se utilizam do método da organização neurológica verificam em que grau cada criança apresenta essas capacidades, e podem assim verificar em que estágio neurológico ela se encontra. De posse desses dados, torna-se então possível elaborar um programa de atividades específico para a criança que lhe permitiria compensar o atraso no desenvolvimento e estimular as partes necessárias de seu cérebro com maior frequência, intensidade e duração em relação ao que a criança realiza normalmente, a fim de que ela supere sua deficiência. As atividades que compõem esses programas visam trabalhar as seis.
GLENN DOMAN PARA DEFICIENTES
O método Doman-Delacato no contexto da Educação Especial DESENVOLVIMENTO O MÉTODO DOMAN-DELACATO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.
Ensaio O método Doman-Delacato (cujo nome é devido a seus dois principais teóricos, Glenn Doman e Carl Delacato) foi elaborado no decorrer dos anos 50 e 60 nos Estados Unidos, pela equipe do Instituto para o Desenvolvimento do Potencial Humano, localizado em Filadélfia no Brasil, o Instituto atua por meio do Centro de Reabilitação Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro, fundado em 1959.
Há ainda diversas instituições que aplicam os métodos do Instituto ou similares na Dinamarca, na Itália, no Japão, no México e na Espanha, entre outros. Doman-Delacato é voltado principalmente para a educação de crianças com lesão cerebral.
Crianças, porque consideram-se que elas possuem maior plasticidade cerebral e, portanto, um melhor prognóstico em relação às melhorias que os indivíduos com idade mais avançada. Quanto ao fato do método voltar-se apenas para a lesão cerebral, é importante esclarecer que, para o Instituto, lesão cerebral é um diagnóstico amplo que engloba uma grande variedade de casos que comumente são considerados como deficiência física ou mental.
De acordo com o Instituto, são lesões perigosas as seguintes condições: paralisados transparentes, crianças com necessidades especiais, autistas, disléxicos e crianças com síndrome de Down, entre outros. Dessa maneira, na medida em que o método Doman-Delacato busca possibilitar às crianças com deficiências superar suas dificuldades, é relevante compreendê-lo como um método voltado para a educação especial. O marco teórico desse modelo de intervenção em educação especial está centrado no princípio da organização neurológica.
De acordo com esse princípio, para que se possa instalar os processos comportamentais superiores que caracterizam os indivíduos sadios, torna-se necessário que a criança passe com sucesso pelas etapas iniciais de desenvolvimento regidas por porções primitivas do cérebro humano.
Partindo das reflexões, são discutidas a validade da abordagem e ampliadas as análises para o uso de práticas controversas no campo da educação especial, incluindo a relação entre ciências e disciplinas profissionais.
O método Doman-Delacato na Educação Especial DESENVOLVIMENTO O MÉTODO DOMAN-DELACATO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS busca oferecer às crianças com essas deficiências a chance de superar suas dificuldades, sendo, portanto, considerado um método aplicável na educação especial. O embasamento teórico desse modelo de intervenção está centrado no conceito de organização neurológica. Esse conceito sugere que o desenvolvimento dos processos comportamentais superiores em indivíduos saudáveis depende do sucesso nas etapas iniciais do desenvolvimento, que são controlados pelas áreas mais primitivas do cérebro humano:
A ideia de que o desenvolvimento humano repete o desenvolvimento da espécie (ontogênese recapitulando a filogênese) é um dos alicerces dessa perspectiva.
Dentro dessa visão, a lesão cerebral bloqueia vias sensoriais ou motoras, interrompendo o desenvolvimento das funções afetadas, ou que impede o pleno surgimento das capacidades superiores, sejam elas motoras ou intelectuais (dependendo da natureza da lesão).
Contudo, se uma intervenção for capaz de promover uma reorganização neurológica, o desenvolvimento pode ser retomado, e o indivíduo com lesão cerebral poderá apresentar uma melhora significativa, podendo até atingir um nível considerado normal.
Para realizar o diagnóstico em crianças com lesão cerebral, foi desenvolvido o Perfil de Desenvolvimento, uma série que relaciona sete projetos neurológicos do desenvolvimento humano. Esses projetos se diferenciam pelas áreas do sistema nervoso que predominam no controle das funções humanas. Nesse contexto, foram identificadas seis capacidades fundamentais.
Três delas são as capacidades sensoriais (visual, auditiva e tátil), enquanto as outras três são as capacidades motoras (mobilidade, linguagem e habilidade manual).
Ler, compreender, sentir, andar, falar e escrever são considerados por Doman e Delacato como avanços nessas seis horas.
Os profissionais que utilizam o método de organização neurológica avaliam o nível em que cada criança apresenta essas capacidades, possibilitando a identificação do estágio neurológico em que se encontra. Com essas informações, é possível criar um programa de atividades específico que ajude a criança a compensar o atraso no desenvolvimento, estimulando as áreas do cérebro que permitem com frequência, intensidade e duração superiores às que ela realiza normalmente,
As atividades desses programas têm como objetivo trabalhar as seis capacidades mencionadas.
As crianças são incentivadas a rastejar, deslizar e são expostas a diversos estímulos visuais, táteis e auditivos.
Algumas atividades são características de estágios mais primitivos, como arrastar-se no chão, enquanto outras requerem fases mais avançadas, como utilizar o braqueador, que consiste em se pendurar em degraus desejados horizontalmente a certa altura do chão.
Um aspecto distintivo do método Doman-Delacato é a técnica chamada padronização, que visa estimular a motricidade da criança, ajudando-a a adquirir padrões corretos de movimentos para engatinhar e, assim, promover um desenvolvimento cerebral adequado. Na padronização, a criança é colocada em uma maca e três adultos coordenados os seus movimentos.
A justificativa para essa técnica é que os movimentos passivos realizados pela criança podem contribuir para o desenvolvimento cerebral, promovendo o que se denomina organização neurológica.
Outra característica relevante do método Doman-Delacato é que os programas a serem realizados pelas crianças são extensos e exigentes, muitas vezes exigindo a dedicação de mais de um adulto, como ocorre na padronização.
Se tais programas foram executados apenas por profissionais de institutos, poucas crianças foram atendidas, e os custos para os pais seriam elevados.
DOMAN O INÍCIO
Como jovem fisioterapeuta, Glenn Doman colaborou com o Dr. Temple Fay, chefe de neurocirurgião do Temple University Hospital, no desenvolvimento de programas de tratamento secundário para crianças e adultos com lesões corporais.
Ele observou que as terapias aplicadas aos seus pacientes não geraram melhorias significativas. Além disso, esses tratamentos tradicionais focavam nos sintomas e não na verdadeira raiz do problema, que residia no cérebro. As terapias físicas e fonoaudiológicas tradicionais abordavam apenas os sintomas, resultando em progressos limitados, uma vez que não tratavam a origem do distúrbio
Com o apoio de sua esposa, Katie, Glenn Doman desenvolveu novos programas que focavam diretamente no cérebro, em vez de apenas tratar os sintomas. Essa abordagem possibilitou que seus pacientes progredissem de maneira surpreendente e muito mais rápida.
Expandindo seu trabalho, Doman passou a ajudar crianças com necessidades especiais, que apresentavam condições de desenvolvimento neurológico. Crianças com autismo, paralisia cerebral, atrasos no desenvolvimento, TDAH, trissomia 21, epilepsia, dificuldades de aprendizagem e outros distúrbios genéticos ou neurológicos foram beneficiados por seus métodos. Doman observa que muitas dessas crianças eram limitadas por diagnósticos que não ofereciam perspectivas de melhoria, e elas se recusavam a aceitar essa visão pessimista. A partir disso, surgiu o Método.
Apesar dos grandes resultados obtidos no tratamento de crianças, Doman notou que o progresso mais acentuado era quando as famílias aplicavam o tratamento em casa.
Ele começou, então, a ensinar aos pais sobre o desenvolvimento cerebral e como os programas terapêuticos realizados no ambiente familiar. Essa transição, de um modelo baseado no terapeuta para um baseado na família, foi uma verdadeira revolução no campo dos tratamentos para necessidades especiais
Com o tempo, o Método Doman foi expandido, incorporando novos tratamentos que surgiram tanto durante a vida de Glenn quanto posteriormente. O método tornou-se um sistema holístico, que abrange aspectos fisiológicos, nutricionais, físicos, sensoriais e cognitivos. Assim, uma equipe multidisciplinar passou a ser necessária para ensinar essas abordagens às
Glenn Doman faleceu em 2013, mas até cinco meses antes de sua morte, aos 93 anos, ele continuou ensinando famílias de crianças com necessidades especiais. Sua esposa, Katie Doman, faleceu em 2017, ambas dedicadas ao ensino até o último ano de suas vidas. O legado deles continua por meio da família Doman, que hoje, através da Doman International, trabalha para concretizar o sonho de Glenn: ajudar todas as crianças a atingir seu pleno
O Método Doman continua a evoluir com a adição de novos tratamentos que auxiliam no progresso das crianças. A equipe da Doman International segue firme na busca de novas soluções e no apoio às famílias em todo o mundo, mantendo vivo o sonho de Glenn de transformar a vida de crianças com nece
Desenvolvimento Motor
O desenvolvimento motor normal das crianças ocorre em quatro etapas: ao nascer, a criança movimenta os braços e as pernas; entre dois e três meses, já consegue mover os braços de forma a deslocar todo o corpo (rasteja); dos sete aos oito meses, ergue o tronco e se movimenta sobre as mãos e joelhos (gatinha); entre os nove meses e um ano, a criança se levanta e começa a andar.
Essas quatro funções motoras são controladas pelo cérebro e são essenciais para o desenvolvimento neurológico. Esse órgão extraordinário se desenvolve em quatro fases: o bulbo raquidiano e a espinha medulal – já presentes ao nascimento – controlam o choro do recém-nascido, o reflexo pupilar à luz, o estremecimento, o reflexo de preensão (o bebê consegue segurar, mas não soltar objetos voluntariamente), o reflexo de Babinski e os movimentos dos membros, que, por sua vez, ativaram outras regiões do cérebro; a ponte de Varólio – que começa a se desenvolver por volta de dois meses e meio – comandada a percepção de formas, o choro de sobrevivência frente às ameaças, o relaxamento vital (agora criança a pode soltar um objeto voluntariamente), a ocorrência a filhos perigosos e a percepção de sensações intensas, como calor ou
A ponte de Varólio também é responsável pelo início do rastejar. Nessa fase, a criança passa a se mover de barriga para baixo, começando com o movimento homolateral (quando membros do mesmo lado se movem simultaneamente). Logo, o padrão cruzado, em que o braço direito avança com a perna esquerda e vice-versa, se desenvolve. Esse padrão é fundamental, pois a criança precisará dele para ganhar e, mais tarde, para andar e correr. O rastejar em padrão cruzado células ativas na área da ponte. Quando o bebê atinge os sete meses, o mesencéfalo se desenvolve
O mesencéfalo é responsável por seus filhos significativos, pela compreensão voluntária, pela percepção de detalhes em um conjunto maior e pelo reconhecimento de pequenas variações de temperatura. O gatinhar correto em padrão cruzado também é ativo e controlado por essa área do cérebro. Por volta dos doze meses, o córtex cerebral começa a se desenvolver, permitindo que a criança use e compreenda palavras de maneira espontânea e significativa.
Os olhos começam a convergir, o que leva a uma percepção rudimentar de profundidade (ela passa a distinguir a terceira dimensão em objetos que antes planejam planos, como
A organização motora resulta de uma sincronia no amadurecimento de vários sistemas (motor, sensorial, sensitivo), que ocorre de maneira coordenada e cronológica. Para realizar qualquer função, o ser humano precisa não apenas ser capaz de controlar seus músculos, mas também possuir informações prévias para basear seus movimentos. Sem essas informações, o movimento não será intencional nem funcional
Os cinco sentidos principais que fornecem informações são: visão, tato, audição, olfato e paladar (existem outros, mas o foco aqui são esses; com algumas referências à propriocepção). Olfato e paladar, porém, são menos desenvolvidos e não têm papel determinante no
A visão e suas fases
A visão passa por quatro estágios, que estão diretamente ligados ao desenvolvimento motor, sendo essa conexão fundamental.
O primeiro estágio ocorre logo após o nascimento, quando o bebê reage automaticamente à luz e à escuridão (reflexo fotomotor), com a pupila se contraindo e relaxando. O segundo estágio é marcado pela capacidade de perceber contornos e distinguir diferentes intensidades de luz. Nesse momento, a criança consegue acompanhar o contorno humano contra a luz e responde a uma luminosidade mais suave quando direcionada ao rosto. No terceiro estágio, o bebê começa a ver detalhes quando a luz incide sobre um objeto, reconhecendo-o dentro de um contexto maior. O quarto estágio, que inicia por volta dos 12 meses e se conclui por volta dos oito anos, envolve o desenvolvimento da visão binocular, com percepção de profundidade, dependente de uma função neurológica mais refinada.
O tato, por sua vez, é essencial para a sobrevivência, já que sem ele estaríamos vulneráveis a ferimentos sem perceber.
Nesse ponto, também surge o sentido de equilíbrio, que, embora não dependa exclusivamente do tato e da propriocepção, tem nesses sentidos uma base importante.
A sensibilidade pode variar, com áreas do corpo mais ou menos sensíveis. No quarto estágio, que começa em torno dos 12 meses e coincide com o desenvolvimento cortical, a criança começa a desenvolver a capacidade de reconhecer objetos pelo toque. As sensações proprioceptivas também se aprimoram, contribuindo para o equilíbrio.
Quanto à audição, ela também segue quatro estágios. O primeiro ocorre logo após o nascimento, quando o bebê reage reflexivamente a sons altos com um estremecimento, sem associar medo ou susto.
O segundo estágio se inicia quando um ruído repentino é interpretado como uma possível ameaça, provocando o choro como pedido de ajuda.
No terceiro estágio, a criança começa a reconhecer o significado dos sons. Embora as palavras ainda não façam sentido, o tom de voz dos pais é extremamente significativo, e a criança responde de acordo com o tom (se for repreendida, pode chorar ou demonstrar descontentamento).
O quarto estágio, entre 12 e 18 meses, envolve a percepção mais apurada da profundidade e do significado das palavras.
É nesse contexto que entra a metodologia de Doman. No exemplo dado, se uma criança não segue o padrão evolutivo esperado, demonstrando dificuldade em coordenar braços e pernas, isso indica que o cérebro, como um computador, necessita de reprogramação. Ao gravar no cérebro o padrão correto de rastejar, a criança ativará a área cerebral correspondente à ponte de Varólio, adquirindo habilidades que outras crianças já têm.
As técnicas de programação cerebral devem ser aplicadas com estímulos frequentes, intensos e de duração adequada. Se uma criança enfrenta barreiras neurológicas, como problemas na recepção visual ou auditiva, é preciso adaptar o ambiente para romper essas dificuldades, fornecendo estímulos sensoriais mais intensos.
Compreender a cronologia do desenvolvimento infantil e os princípios das terapias defendidas pelos IAHP é crucial para maximizar nosso potencial ontogenético e filogenético.
Em outras palavras, o avanço nos estágios sensoriais e motores mencionados contribui para o desenvolvimento das funções que distinguem o ser humano dos demais animais. Essas funções sensoriais (visão, audição e tato) e motoras (mobilidade, linguagem e habilidade manual) podem ser descritas de forma prática como andar, falar, escrever, ler, ouvir e sentir de maneira discriminativa.
Segundo Glenn Doman, inspirado no matemático Norbert Weiner, o cérebro humano funciona como um circuito cibernético, e seu desempenho depende da integridade de suas estruturas.